MAIAS nas Beiras do meu Portugal
Beltane celta
As Maias em Portugal, ainda são mantidas puras e tradicionais nas Beiras Alta e
Baixa, se também o fazem no resto do país, partilhem aqui comigo, eu vou falar da
tradição que recordo e da que observei.
De um modo geral, o cenário das várias celebrações cíclicas compreende cerimónias de véspera. A colocação de giestas faz-se no dia 30 de Abril para que as casas estejam floridas no momento em que começa o dia, para o «Maio», o «Carrapato» ou o «Burro» não entrarem. O «Maio» ou o «Burro» são entidades nocivas, cujo malefício se pretende conjurar com ma oposição de flores ou a manducação de certas espécies.
No dia de hoje, faz-se a colocação de giestas nas portas e murais para que a casa esteja florida no momento que começa o dia, para que o "Maio" ou o carrapato não entrem, o "maio" ou o carrapato são tidos como entidades nocivas que é preciso esconjurar.
Em Trás- os - Montes, além de se enfeitarem as casas e portas ou muros com flores de giestas, as raparigas, adornam um menino que representa o Maio-moço e passeiam-no pelas ruas. Na zona de Penalva do Castelo, perto do Monte de S. Macário também se mantinha uma tradição, já mais masculinizada, talvez por honrar mais o Magaio que é um deus fértil e viril: os rapazes iam em grupo, batendo às portas das casas mais abastadas e cantavam: Maio, magaio, perna de gaio, dá confeitos e castanhas, ó Maio"; e esperavam pelos confeitos e pelas castanhas...
A origem da tradição das Maias perde-se no tempo e pode ter várias explicações. Segundo alguns, a Maia era uma boneca de palha de centeio, em torno do qual havia danças toda a noite do primeiro dia de Maio. Por vezes, podia ser também uma menina de vestido branco coroada com flores, sentada num trono florido e venerada, todo o dia, com danças e cantares. Esta festa, de reminiscências pagãs, foi proibida várias vezes, como aconteceu em Lisboa no ano de 1402, por Carta Régia de 14 de Agosto, onde se determinava aos Juízes e à Câmara "que impusessem as maiores penalidades a quem cantasse Maias ou Janeiras e outras coisas contra a lei de Deus...". Ainda segundo outros, o nome do mês de Maio terá tido origem em Maia, mãe de Mercúrio, e a ele está ligado o costume de enfeitar as janelas com flores amarelas.
Seja como for, todos estes rituais pagãos estavam ligados ao rito da fertilidade para com o novo ciclo da natureza, à celebração da Primavera ou ao início de um novo ano agrícola.
Hoje em dia ainda é possível observar em algumas zonas do nosso país, a colocação de ramos de giestas em flor, ou até mesmo coroas feitas de ramos de giestas, conjuntamente com outras flores e enfeites coloridos, nas portas e janelas das casas ou nos automóveis, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio.
Nos variados aspectos, por vezes tão distintos, das celebrações do 1º de Maio, ter-se-ia pois operado um sincretismo de práticas e crenças, talvez de origens diferentes mas todas convergentes, recobrindo a obscura ideia, que subsiste no espírito do Homem, da necessidade de desencadear formas efectivas de protecção e de esconjuro a opor à insegurança da vida e à omnipresente ameaça do mal.
Em Trás- os - Montes, além de se enfeitarem as casas e portas ou muros com flores de giestas, as raparigas, adornam um menino que representa o Maio-moço e passeiam-no pelas ruas. Na zona de Penalva do Castelo, perto do Monte de S. Macário também se mantinha uma tradição, já mais masculinizada, talvez por honrar mais o Magaio que é um deus fértil e viril: os rapazes iam em grupo, batendo às portas das casas mais abastadas e cantavam: Maio, magaio, perna de gaio, dá confeitos e castanhas, ó Maio"; e esperavam pelos confeitos e pelas castanhas...
Seja como for, todos estes rituais pagãos estavam ligados ao rito da fertilidade para com o novo ciclo da natureza, à celebração da Primavera ou ao início de um novo ano agrícola.
Hoje em dia ainda é possível observar em algumas zonas do nosso país, a colocação de ramos de giestas em flor, ou até mesmo coroas feitas de ramos de giestas, conjuntamente com outras flores e enfeites coloridos, nas portas e janelas das casas ou nos automóveis, na noite de 30 de Abril para 1 de Maio.
Nos variados aspectos, por vezes tão distintos, das celebrações do 1º de Maio, ter-se-ia pois operado um sincretismo de práticas e crenças, talvez de origens diferentes mas todas convergentes, recobrindo a obscura ideia, que subsiste no espírito do Homem, da necessidade de desencadear formas efectivas de protecção e de esconjuro a opor à insegurança da vida e à omnipresente ameaça do mal.
O Beltane celta já é tão largamente difundido que eu hoje, fico por aqui e deixo-vos para poder procurar giestas e tentar usufruir deste dia.
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